Na semana do Dia de Combate ao Trabalho Infantil (12 de junho), o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, Regional Alagoas (Senac-AL), e o Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador de Alagoas (FETIPAT/AL), junto com Soprobem, CIEE e Ministério Público do Trabalho, realizaram, em 10 de junho, no auditório do Senac Poço, uma roda de conversa com o tema Trabalho Infantil não é Ficção.
“As instituições formadoras apresentam um papel importante frente ao desafio de proporcionar aos jovens um futuro mais justo e digno. Precisamos lutar em rede”, enfatizou Felipe Dietschi, diretor regional do Senac Alagoas, ao destacar a importância do Programa de Aprendizagem – que cria oportunidades para jovens de 14 a 24 anos que estão iniciando sua carreira no mercado de trabalho e para as empresas que podem qualificar e desenvolver o futuro profissional – como vetor de transformação social. Assim como aconteceu com Laís Brito, ex-aprendiz do Senac-AL. Ela conta que a família não tinha condições de pagar um curso profissionalizante para ela e, por meio do Programa de Aprendizagem, ela adquiriu experiência e logo foi inserida no mundo do trabalho. “Hoje, aos 33 anos, atuo como Assistente Social do Soprobem e acompanho de perto a mudança dos jovens por meio dessa iniciativa, e a consequente transformação da sociedade por meio da atuação desses jovens”, emociona-se.
Na ocasião, o público do evento, composto por jovens aprendizes, assistiu ao curta “Vida Maria”, uma animação sobre a história de uma menina de 5 anos que se diverte aprendendo a escrever o nome, mas é obrigada pela mãe a abandonar os estudos e começar a cuidar dos afazeres domésticos e trabalhar na roça. Realidade compartilhada por Gabriel Firmino, de 19 anos, aprendiz de Asseio e Conservação do Senac Alagoas. Ele conta que o irmão dele, de 15 anos, é obrigado pelo pai, vendedor ambulante, a trabalhar na praia para ajudar no orçamento familiar. “Uma vida sem perspectiva que eu estou tentando mudar por meio do meu exemplo”, conta o jovem.
Para Sandro Diniz, diretor de Educação Profissional do Senac-AL, “o caminho para quebrar esses ciclos e minimizar o impacto do trabalho infantil é a educação”. Opinião compartilhada por Roberto Silva, articulador juvenil pelo Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Zumbi dos Palmares. “É preciso romper ciclos para transformar essa realidade. E o Programa de Aprendizagem oportuniza isso”, destaca Silva. “É comum ouvirmos que o trabalho infantil, no Brasil, é algo cultural. Mas não é. Ele está ligado à subsistência decorrente da falta de oportunidade e da desigualdade social. O Programa de Aprendizagem ressignifica essa caminhada”, explica Claudia de Mendonça Braga Soares, procuradora do Ministério Público do Trabalho, titular da coordenadoria de combate à exploração do trabalho da criança e do adolescente, ao enfatizar que os jovens precisam conhecer seus direitos para, então, exercê-los.
Também participaram do evento a supervisora estadual do Centro de Integração Empresa Escola – CIEE, Fabiana Fernandes; a diretora de Programas Sociais do Sesc AL, Meire Célia Lima da Silva; Iara Nunes, líder técnica de Aprendizagem do CIEE; e a presidente do FETIPAT/AL, Nelma Nunes.
Programa de Aprendizagem
O Programa de Aprendizagem do Senac-AL oferece uma ampla grade de cursos a jovens de 14 a 24 anos que são encaminhados pelas empresas do Setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Por meio dele, a instituição forma jovens trabalhadores competentes e, mais que isso: incentiva a formação de cidadãos ativos e conscientes da força de seu trabalho. Mais informações: Clique Aqui.
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