O presidente do Sistema Fecomércio-DF e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Aparecido Freire, representou o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac no evento CB Debate: A força do Nordeste na transformação social do país, realizado no dia 19 de junho, em Brasília. Com o tema O potencial econômico da região Nordeste, o encontro promovido pelo jornal Correio Braziliense e com o apoio do Banco do Nordeste (BNB), apontou políticas públicas, tendências e potencialidades naturais que contribuem para que a região implemente, cada vez mais, políticas de fomento ao desenvolvimento sustentável.

Ao lado do presidente do Banco do Nordeste e ex-governador de Pernambuco, Paulo Câmara, o encontro reuniu especialistas e representantes do Governo Federal. O primeiro painel abordou discussões sobre as políticas públicas para o desenvolvimento econômico e social da região. Já o segundo teve como tema o emprego formal, a geração de renda e a inclusão social, com a participação do representante do Sistema Comércio brasileiro.  

Neste último, Aparecido destacou o potencial do Nordeste no setor de eventos e turismo, entre outros, capazes de impulsionar a economia da região. Ele lembrou que o momento é bastante favorável, já que o mês de junho concentra a agenda de festas juninas em todo o Brasil, mas os maiores espetáculos são realizados em Pernambuco (Caruaru), Maranhão (São Luís), Paraíba (Campina Grande) e Bahia (Salvador), estimulando o turismo e a exportação de serviços para diversas localidades.

No DF, por exemplo, as festas ao longo do mês movimentam todo o setor de eventos. O Sesc-DF, responsável por ofertar serviços sociais e culturais para a população, cumpre uma extensa agenda de arraiais, com entrada gratuita em diferentes regiões administrativas, gerando milhares de empregos diretos e indiretos, movimentando a economia e mantendo vivas as tradições nordestinas na capital do país. Entre os grandes artistas contratados para se apresentarem ao público, dois eram da região Nordeste: Djavú e Frank Aguiar.

“Hoje está muito difícil alugar equipamentos e estrutura para eventos no DF devido à grande quantidade de festas que ocorrem, não só do Sesc-DF, mas também de produtoras e instituições que tradicionalmente festejam essa data. Nesse aspecto, podemos enxergar o potencial do Nordeste e da sua cultura na nossa vida e na economia do DF”, justifica Aparecido.

Importância do Comércio

“O Nordeste é uma potência na área de vestuário e artesanato. É uma parte importante, e muita gente não fala sobre isso. Para vocês terem ideia, o maior produtor de calçados do Brasil é o Ceará, e eu pensava que era Franca. O Nordeste é realmente uma região que foi muito esquecida e discriminada. Olha-se muito para o centro do Brasil, mas não para o Nordeste”, alertou o presidente da Fecomércio-DF.

Considerando que o sistema de comércio, serviço e turismo conta com 4,5 milhões de empresas que geram 25 milhões de empregos diretos e indiretos no Brasil, Aparecido frisou a atuação fundamental dos cursos de capacitação do Senac. “Cerca de 66% de tudo que nós qualificamos no Senac, que é o nosso braço de aprendizagem comercial, é na gratuidade. Assim, conseguimos ajudar a população que tem interesse em se qualificar, mas não tem recurso suficiente, inclusive no Nordeste. Apenas no DF, este ano, vamos qualificar 30 mil pessoas e dar 7,3 milhões de horas/aula. Isso é replicado em todas as unidades federativas do Senac, em todas as regiões”, afirmou.

“O sistema de comércio brasileiro é muito grande. Nós dizemos que não existe indústria sem comércio, e não existe agricultura sem comércio. Porque não é em toda esquina que tem indústria nem o agro, mas em toda esquina nós temos um comércio. Toda vez que você abre uma janela da sua casa, você vê um comércio, que está gerando emprego e renda. Porque quem gera emprego e renda é o setor produtivo”, concluiu Aparecido.

Participaram do evento Décio Lima, presidente do Sebrae; Anderson Possa, diretor de negócios do Banco do Nordeste do Brasil; Guilherme Melo, secretário de política econômica do Ministério da Fazenda; Ricardo Alban, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI); Adriana Melo, secretária nacional de políticas de desenvolvimento regional e territorial do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional; Tadeu Alencar, secretário executivo do Ministério do Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte; e Uallace Moreira, secretário de desenvolvimento industrial, inovação, comércio e serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

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