O encontro destacou a importância da cooperação entre empresas e o fortalecimento da educação como ferramenta de democratização ao acesso tecnológico

Integrantes da Câmara Brasileira de Tecnologia da Informação e Inovação (CBTIN) se reuniram, no dia 22 de agosto, para discutir avanços em parcerias estratégicas que podem incrementar o ambiente de negócios para os empresários do setor de tecnologia. A reunião, realizada em Brasília, destacou a importância da cooperação entre empresas e o fortalecimento da educação tecnológica.

O encontro ocorreu na sede da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e contou com a presença de representantes indicados pelas Federações do Sistema Comércio, além de entidades do segmento, reforçando o compromisso da CNC com a inovação e a qualificação profissional.

O 2º vice-presidente da CNC, Luiz Carlos Bohn, coordenador-geral das Câmaras, compartilhou a visita da comitiva da Confederação à Huawei, que é a maior empresa privada da China. Ele destacou o acordo de cooperação técnica assinado entre o Sistema CNC-Sesc-Senac e a Huawei, que vai possibilitar capacitações em tecnologia da informação e a viabilidade de soluções tecnológicas a problemas cotidianos apresentados pelos empresários do setor terciário brasileiro.

Para o coordenador da CBTIN, Antonio Florencio Queiroz Junior, vice-presidente Administrativo da CNC e presidente da Fecomércio-RJ, além de apoiar os empresários do setor, a CBTIN está em busca de inciativas que visem democratizar o acesso à internet, promovendo a inclusão social e o desenvolvimento das pessoas por meio da tecnologia. 

“A população brasileira ainda tem sérias deficiências relacionadas à internet, principalmente em relação à infraestrutura e transmissão de dados. É uma situação complexa que acaba limitando o acesso e, com isso, aumentando esse abismo entre as camadas sociais no Brasil também em tecnologia e inovação. Daí o nosso compromisso nesse colegiado”, avaliou Queiroz.

Parcerias estratégicas

A reunião destacou a parceria entre a CNC e a Dell, uma iniciativa que foi criada após debates na própria CBTIN. João Gabriel Bezerra Oliveira e Silva, da Diretoria de Economia e Inovação (DEIN) da CNC, apresentou os resultados positivos dessa parceria que já rendeu cerca de 90 descontos e serviços exclusivos para Federações, sindicatos e empresários representados pela Confederação. “Essa parceria demonstra a importância das discussões na Câmara, que têm impacto direto no fortalecimento do nosso sistema”, afirmou João Gabriel. Entre os 170 parceiros da Dell, a CNC ficou na quarta posição de maior engajamento no incentivo ao uso dos produtos por seus associados.

Outro ponto importante foi a apresentação das iniciativas educacionais lideradas pelo Senac Nacional, como o programa Educação 4.0, que visa condensar e divulgar os cursos de tecnologia já oferecidos pelo Sistema, atendendo às demandas de qualificação em áreas como Inteligência Artificial, Segurança da Informação e Metodologias Ágeis. Com 278 cursos já disponíveis, o Senac busca ampliar ainda mais a oferta, garantindo que as necessidades do mercado sejam atendidas.

O encontro também mostrou a importância das parcerias com empresas como Huawei, Microsoft, Oracle e Cisco. Essas colaborações têm permitido ao Sistema CNC-Sesc-Senac oferecer tecnologias de ponta em suas unidades, melhorando a infraestrutura educacional e facilitando a qualificação profissional em todo o País.

A diretora de Inovação e Fomento da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), Jamile Sabatini, enfatizou o trabalho que a associação desenvolve para inovação, sustentabilidade e educação tecnológica, unindo empresas, governo e academia, com suporte jurídico e estudos sobre tendências tecnológicas.

“Nosso segmento representa 80% do PIB do setor, com mais de 260 mil empregos diretos, por isso nossa associação é signatária do Pacto Global da ONU e está comprometida com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, reforçou.

Programadores cariocas

O diretor do Senac-RJ, Sérgio Ribeiro, falou do movimento defendido pela Fecomércio que visa consolidar o Rio de Janeiro como um hub tecnológico, “uma vez que o nosso presidente Queiroz e o prefeito da cidade do Rio enxergaram que é na área de tecnologia onde estão a maioria dos empregos disponíveis”, disse.

Dessa forma, desde 2022, o Senac vem desenvolvendo o ‘Programadores cariocas’, com objetivo de formar jovens pertencentes aos grupos mais vulneráveis em profissionais de programação. Com uma carga horária de 400 horas e um formato bootcamp, o curso já formou 528 novos programadores, destacando-se pelo alto índice de aprovação de 76%.

“O projeto é um exemplo notável de como a colaboração entre setor público e privado pode abrir portas para a inclusão digital e o desenvolvimento profissional em comunidades carentes”, explicou Sérgio.

”Com base nessa realidade e buscando chamar a atenção para esse potencial do Rio de Janeiro, a Prefeitura, com o apoio da Fecomércio, conseguiu trazer o Web Summit ao Rio, voltado às startups, um sucesso já reconhecido. Agora neste ano, de 25 a 28 de setembro, vamos realizar o Senac Rio Summit, voltado especificamente para essa potencial mão de obra que temos, para os jovens das comunidades, para as escolas públicas, para os alunos do Senac, aqueles que não têm oportunidade de ir ao Web Summit.”

Acesse o álbum de foto da reunião aqui.

Matérias de interesse

Durante a reunião, Felipe Miranda, da Diretoria de Relações Institucionais (DRI), destacou a importância da rejeição do Projeto de Lei nº 11.252/2018, que trata da responsabilidade penal dos provedores de internet. Este projeto é considerado prioritário para a CNC. “A matéria foi amplamente discutida no Congresso Nacional, especialmente no contexto do PL das Fake News, mas não avançou na Comissão de Comunicação, onde o deputado Gervásio Maia era o relator. Atualmente, a CNC está buscando novos relatores para o projeto, alinhados com as preocupações da CNC sobre o tema”, explicou.

Membro da CBTIN, representando a Fecomércio-SP, Renato Opice Blum falou sobre temas prioritários para a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), inclusive uma determinação que proibia a Meta de usar conteúdos do Instagram e Facebook para treinar Inteligência Artificial.

“Considerada uma das decisões mais importantes da ANPD, a medida marca uma atuação mais firme do órgão. Além disso, novas regulamentações foram publicadas, incluindo regras sobre a comunicação de vazamentos de dados e a obrigatoriedade de designar encarregados de proteção de dados nas empresas”, ressaltou.

Renato destacou que posteriormente a ANPD revogou a suspensão temporária porque a Meta se manifestou e fez alguns ajustes. O órgão também publicou cartilhas educativas, como o guia sobre a base legal do legítimo interesse, para auxiliar empresas na adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

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