À frente da Secretaria de Estado de Turismo do Pará (Setur), Eduardo Costa foi deputado federal, e deputado estadual por quatro vezes. Para a CNC Notícias, ela fala dos potenciais e desafios do turismo no Pará e dos preparativos para receber a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas 2025, a COP 30. 

Parte I – O Turismo no Estado do Pará

Qual o potencial turístico do Pará e os segmentos mais promissores?

O Estado do Pará possui um potencial turístico excepcional, pela sua diversidade natural, cultural e histórica. Entre os segmentos com maior possibilidade de desenvolvimento estão o ecoturismo e o turismo de natureza, com oportunidades únicas para explorar a Amazônia, seus rios, fauna e flora. O turismo cultural também é uma forte vertente, com rica herança indígena, afrodescendente e ribeirinha, expressa em festas, danças, artesanato, culinária e música tradicional. O Pará também se destaca pelo turismo histórico, com cidades como Belém, Santarém e Cametá. Para os amantes de aventura, temos rafting, canoagem, pesca esportiva e trilhas na selva, aproveitando os imponentes rios Amazonas e Tapajós. A culinária paraense, com pratos como tacacá, pato no tucupi e açaí, também é um atrativo para visitantes que buscam experiências autênticas. Esses segmentos são uma parte do vasto potencial turístico do Pará.

Quais os principais desafios e o que o governo tem feito para promover o turismo?

O Governo do Estado tem se empenhado em promover o turismo como atividade econômica sustentável, com ações que visam à preservação ambiental e cultural, ao mesmo tempo que estimulam o desenvolvimento econômico. Entre as iniciativas, o apoio à qualificação de profissionais do setor para aprimorar a qualidade dos serviços. O Governo também investe na promoção do Estado como destino turístico, participando de feiras e eventos e incentivando a divulgação do Pará. Também são desenvolvidos projetos de infraestrutura turística, estruturação de destinos, fomento e melhoria contínua das gestões municipais, turismo de base comunitária, melhoria dos acessos a pontos turísticos e construção de equipamentos. Ações que buscam atrair turistas, mas também garantir o turismo como atividade econômica, e que contribuam para o desenvolvimento social e ambiental da região.

Existem programas de incentivo para investimentos turísticos no Estado?

Atualmente, temos o programa de benefício fiscal de ICMS do combustível de aviação para que as companhias aéreas possam ampliar seus voos no Estado. Cabe a Setur analisar e acompanhar o atendimento dos requisitos estabelecidos para a concessão de subsídios fiscais às companhias aéreas.

Quais projetos são realizados em parceria com os empresários e representações do Turismo?

A Setur realiza palestras e oficinas semanalmente nas diversas regiões do Estado, divulgando o Cadastur, que é o Cadastro Nacional do Turismo, do Ministério do Turismo, e o Fungetur (Fundo Geral do Turismo) para os empresários do turismo.

 

Parte II – A COP 30 e o legado para o Turismo do Pará

Quais as expectativas com a realização da COP 30 em Belém, o turismo será fortalecido?

Desde o anúncio de Belém como sede da COP 30, o Governo do Estado tem atuado para trazer investimentos e buscar formas de atender este público, composto por delegações, chefes de Estado, turistas e demais visitantes. Nossa expectativa é fazer um grande evento que deixe um verdadeiro legado para os amazônidas. A realização de um evento dessa magnitude, que é um esforço nacional, envolvendo governo federal e governo estadual, é uma grande oportunidade de ouvir a Amazônia nos debates sobre mudanças climáticas, esta será a COP da Floresta. E todas as melhorias que virão com o evento serão concretas para as pessoas que vivem em Belém, no Pará e na Amazônia

Como está a preparação para a COP 30?

No turismo, podemos citar o Parque da Cidade, o Porto do Futuro 2, Terminal Turístico Hidroviário de Belém na Estação das Docas, Parques Lineares (nas Avenidas Tamandaré e Visconde de Souza Franco), reforma do Terminal Hidroviário e Turístico de Icoaraci e mais obras nas áreas de mobilidade urbana, conectividade, saneamento, sinalização turística, além de melhorias tecnológicas dos equipamentos públicos da capital. As obras correm rigorosamente dentro do cronograma previsto pelo Governo do Estado. Também podemos citar o Capacita COP 30, um programa que garante qualificação técnica e profissional aos paraenses. Serão 12 mil vagas oferecidas em quatro polos de atuação: Região Metropolitana de Belém, Salinópolis, Arquipélago do Marajó e Santarém. 

Qual a relevância do trabalho desenvolvido pelo Sistema Fecomércio-Sesc-Senac Pará para a realização da COP 30?

O Sistema Fecomércio-Sesc-Senac-PA tem sido um parceiro importante para o Governo do Estado e para a Setur, desempenhando um papel fundamental nos esforços conjuntos de preparação e realização da COP 30 no Pará. Sua atuação abrangente nas áreas de comércio, serviços e turismo tem contribuído significativamente para o fortalecimento da rede de atendimento e prestação de serviços turísticos no Estado, preparando-o para receber um evento de grande magnitude como a COP 30. O Senac, por exemplo, é parceiro na oferta de cursos de capacitação e qualificação profissional, voltados para o setor de turismo, preparando os trabalhadores locais para atender às demandas específicas geradas pela conferência. O Sesc, por sua vez, tem trabalhado atividades culturais e de lazer que valorizam a cultura local, elemento que certamente vai enriquecer a experiência dos visitantes durante a COP 30.

Além disso, a Fecomércio tem atuado de forma estratégica, promovendo parcerias e ações que estimulam o desenvolvimento econômico e turístico do Estado, contribuindo para a projeção positiva do Pará como destino turístico sustentável. Assim, o trabalho conjunto do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac tem sido extremamente relevante para o sucesso da COP 30 no Pará, que esperamos possa deixar um legado positivo para o turismo e a economia local.

Quais negócios turísticos serão mais demandados com a COP 30?

Com a realização da COP 30 em Belém, espera-se um aumento significativo da demanda por diversos tipos de negócios relacionados ao turismo. Alguns dos principais segmentos que poderão ter mais demanda incluem a hospedagem em hotéis, pousadas e aluguéis por temporada, devendo ter uma alta demanda por conta da presença de participantes da conferência, delegações internacionais, jornalistas e outros visitantes. E também crescimento do setor de alimentação, com aumento do fluxo em restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos de comida rápida tanto por parte dos participantes da COP 30 quanto dos turistas que visitam a cidade durante o evento. As empresas de transporte terrestre, como táxis, aplicativos de transporte e empresas de aluguel de carros, deverão ter uma demanda maior para atender às necessidades de deslocamento dos participantes e visitantes. Nossa expertise também aponta empresas que oferecem passeios e experiências turísticas locais, como passeios de barco pelos rios da região, trilhas na floresta amazônica e visitas a comunidades indígenas, podendo ter uma demanda crescente por parte dos turistas que buscam experiências autênticas na região, bem como forte movimento econômico no comércio local. Lojas de suvenir, artesanato local e produtos típicos da região também devem se beneficiar do aumento do fluxo de turistas durante a COP 30. O evento representa uma oportunidade única para o setor turístico local, que pode se beneficiar do aumento do fluxo de visitantes e da projeção internacional da cidade como destino turístico. 

Qual legado a COP 30 deixará para o Turismo no estado?

Como secretário de Turismo do Pará, vislumbro que a realização da COP 30 deixará um legado profundo e duradouro para o setor de turismo no Estado. Além dos benefícios econômicos imediatos, como o aumento do fluxo de turistas e a criação de empregos temporários durante o evento, a COP 30 representará uma oportunidade ímpar para elevar a reputação do Pará como um destino turístico de excelência, enraizado em sua rica biodiversidade e herança cultural.

Ao sediar um evento de importância global, o Pará terá a chance de apresentar ao mundo suas maravilhas naturais, sua diversidade cultural e seu compromisso com a sustentabilidade ambiental. Essa exposição internacional tem o potencial de atrair um contingente maior de turistas no futuro, ansiosos por explorar a Amazônia e absorver a essência única do Pará. Além disso, a realização da COP 30 pode catalisar investimentos em infraestrutura turística, como melhorias de estradas, aeroportos e acomodações, não apenas para atender os participantes do evento, mas também para aprimorar a experiência dos turistas que visitarão o Estado nos próximos anos. Esses investimentos não apenas gerarão empregos e estimularão a economia local, mas também abrirão novas oportunidades de desenvolvimento dem regiões anteriormente pouco exploradas turisticamente.

Creio firmemente que a COP 30 deixará um legado transformador e positivo para o setor de turismo no Pará, consolidando sua posição como um destino turístico de renome internacional, impulsionando o desenvolvimento sustentável e inclusivo da região e deixando uma marca inegável na história do turismo no Estado.

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