Representante do Ministério da Fazenda apresentou, no Brazil Forum UK, as últimas ações do governo para promover transição energética justa e sustentável

A importância da transição energética justa e como o Brasil vem trabalhando para liderar esses trabalhos no mercado global foi tema de um dos painéis do Brazil Forum UK, evento organizado de forma voluntária por estudantes brasileiros no Reino Unido, com o objetivo de discutir temas que impulsionem mudanças positivas no país. No painel: “Transição energética justa: o Brasil liderando um presente sustentável para um futuro possível”, Carolina Grottera, diretora de Programa da Secretaria Executiva do Ministério da Fazenda (MF), falou das ações da pasta na promoção de uma agenda de transição energética para economia de baixo carbono.

Para a representante do MF, em 2050, o sul global, onde o Brasil está inserido, será responsável por grande parte do contingente populacional, do PIB global, da representatividade democrática e, principalmente, da necessidade de conservação. “O futuro é brasileiro, pois o Brasil é uma peça-chave nesse cenário, já que somos uma nação continental, com grande poder de articulação nos fóruns internacionais e que representa uma liderança no sul global. Precisamos escolher, em termos de transição energética, o nosso caminho. Se não fomentarmos nossa economia, ninguém fará isso por nós”, avalia Carolina Grottera.

Entre as ações mencionadas por ela, a principal é a regulamentação do mercado de carbono. Aprovado pela Câmara dos Deputados, em dezembro, o Projeto de Lei nº 2.148/15 está em tramitação no Senado Federal. Ele cria limites de emissões de gases do efeito estufa para empresas. Indústrias que não atingirem esse teto poderão vender os seus créditos de carbono para outras empresas, do Brasil e do mundo, que não conseguirem ficar abaixo do limite estabelecido.

Atualmente, o Brasil emite cerca de 2 bilhões de toneladas de carbono por ano. Devido à sua matriz energética limpa, o país tem um grande potencial para alcançar as metas na descarbonização e na geração de créditos de carbono. “O Brasil está em vias de ter um mercado de carbono regulado. E quando um país consegue estabelecer, a nível nacional, um sistema de comércio de emissões, você se coloca como uma das economias mais modernas e mais à frente na descarbonização e no atingimento das metas net zero [redução das emissões], que nos comprometemos a chegar até 2050”, afirma a diretora de Programa do MF.

Segundo a gestora, se as indústrias precisam reduzir suas emissões — seja para cumprirem suas cotas ou se beneficiarem com receita extra da venda das mesmas — isso as estimula a se descarbonizarem, por meio de eficiência energética ou de novas tecnologias.

Carolina Grottera também falou da importância que o hidrogênio verde terá, em vários setores. Elemento mais abundante da terra, o hidrogênio tem um alto valor energético. Produzido por fontes renováveis de energia, como solar ou eólica, o hidrogênio verde é neutro em carbono. Devido ao seu tamanho e das suas particularidades regionais, o Brasil possui um enorme potencial para a produção de hidrogênio verde. Todas as regiões brasileiras, atualmente, possuem a capacidade de produzir esse vetor energético.

Em 2050, a expectativa é que o mundo produza cerca de 540 milhões de toneladas de hidrogênio. Nesse mesmo ano, especialistas projetam que o Brasil pode ser um dos maiores exportadores dessa matriz energética, além do uso interno. “Não queremos ser meros exportadores de hidrogênio. Vários países europeus já mostraram interesse no Brasil, pois eles não possuem uma matriz energética tão variada como a nossa. Estamos interessados e sabemos da importância dessas parcerias, mas também queremos desenvolver cadeias no país como a do aço verde e a de fertilizantes. O hidrogênio tem enorme potencial no Brasil”, concluiu a diretora de Programa do Ministério da Fazenda.

Imagem: Internet

Fonte: gov.br/fazenda/pt-br

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